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Manual

Como fazer um plano de investimento e financiamento

Índice

Introdução
Passo 1 - Calcular as imobilizações corpóreas
Passo 2 - Calcular as imobilizações incorpóreas e despesas plurianuais
Passo 3 - Calcular o fundo de maneio ideal
Passo 4 - Calcular os capitais próprios
Passo 5 - Calcular os capitais alheios
Passo 6 - Elaborar as contas previsionais

Introdução

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No momento do lançamento de uma nova empresa, é necessário elaborar alguns documentos que são essenciais. Além do plano de investimento e do plano de financiamento, os empreendedores devem fazer estimativas sobre o andamento do negócio num primeiro período. Assim, é preciso estabelecer:
  • Um balanço previsional
  • Uma conta de exploração previsional
  • Um orçamento previsional de tesouraria.
Estes documentos, tanto os planos como as estimativas, são necessários para mostrar a entidades terceiras, nomeadamente para obter financiamentos junto da banca ou de outros financiadores. Mas estes documentos também são de enorme valor para servir de base à gestão do negócio. São assim orientações gerais que ajudam na administração da empresa e servem como metas a atingir. Mas não se pense que isto só interessa a quem vai iniciar uma empresa. Esta mesma metodologia pode e deve ser aplicada com sucesso por aquelas empresas que se vão lançar num novo negócio, criando um novo centro de custos e de proveitos.

Para fazer um trabalho completo é importante seguir uma série de passos, tanto para elaborar o plano de investimento como o de financiamento:
  • Plano de investimento
    • Cálculo das imobilizações corpóreas
    • Cálculo das imobilizações incorpóreas e despesas plurianuais
    • Cálculo do fundo de maneio ideal
  • Plano de financiamento
    • Cálculo dos capitais próprios
    • Cálculo dos capitais alheios
    • Conta de exploração previsional
Um plano de investimento consiste num rol de tudo o que é necessário para o arranque de um negócio. Compreende nomeadamente o investimento em imobilizado, tanto corpóreo como incorpóreo mas também as despesas plurianuais e o fundo de maneio. É também importante prever uma verba para os imprevistos. Há sempre factos inesperados e imprevisíveis e convêm estar preparado, na medida do possível.

Passo 1 - Calcular as imobilizações corpóreas

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Nesta fase, o empreendedor deve estimar, da maneira mais realista possível, o valor de todos os bens materiais que vai precisar para lançar o seu negócio ou, no caso de se tratar de uma empresa já existente, todos os bens que vão ser afectos à nova actividade. Os elementos a incluir são, nomeadamente:
  • Os edifícios (escritórios, fábricas, armazéns, se pertencerem à empresa)
  • Equipamentos básicos (máquinas, etc.)
  • Equipamentos de transporte (viaturas, etc.)
  • Equipamentos administrativos (mobiliário, etc.)
  • Etc.
Nesta etapa, é útil imaginar o funcionamento da futura empresa e de todos os que nela virão a trabalhar, e listar assim todos os elementos que serão necessários para a laboração num determinado dia ou mês. Obtêm-se assim um rol de todos os bens corpóreos de que a empresa irá precisar, e pode decidir o que vai adquirir e o que vai alugar.

Numa segunda fase, será necessário estimar o valor de todos esses activos, o que poderá ser feito
  • Comparando preços no mercado e escolhendo o equipamento mais adequado;
  • Pedindo orçamentos aos fornecedores, para os investimentos de maior volume.
É importante não esquecer de indicar o valor real de aquisição, com custos acrescidos, por exemplo devido ao transporte, e com o IVA.

Passo 2 - Calcular as imobilizações incorpóreas e despesas plurianuais

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Além de todas as imobilizações corpóreas, os empreendedores devem incorrer numa série de outras despesas na fase de lançamento da nova empresa. Estas podem dividir-se em dois grupos: as requeridas por lei e as decorrentes do negócio.

Em relação aos custos legais de lançamento, podem incluir-se:
  • Elaboração de estatutos
  • Declarações
  • Registos
  • Publicações.
Para esta fase é importante contar com algum apoio externo, por parte de um advogado ou ainda nos Centros de Formalidades das Empresas.

Em relação às despesas resultantes da própria actividade e do posicionamento no mercado, elas vão variar bastante de empresa para empresa. Vale a pena citar:
  • Trespasses
  • Estudos e projectos
  • Campanhas de lançamento
  • Elaboração da marca e da imagem
  • Registo de patentes
  • Alvarás
  • Licenças
  • Etc.
Refiram-se ainda as despesas plurianuais, aquelas que serão pagas ao longo do tempo como, por exemplo, os juros dos empréstimos, mas também as despesas que, pela sua própria natureza, têm carácter permanente.

Passo 3 - Calcular o fundo de maneio ideal

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O fundo de maneio é um conceito essencial na gestão financeira de qualquer negócio, seja ele grande ou pequeno. O balanço de qualquer empresa pode dividir-se, no lado do activo em:
  • Activo (ou Capitais) fixo
  • Activo (ou Capitais) circulante
E, do lado do Passivo e Capitais próprios, em
  • Capitais permanentes
  • Passivo (ou exigível) a Curto Prazo
A regra do equilíbrio financeiro mínimo estipula que o grau de liquidez das aplicações (Activos) deve ser pelo menos igual ao prazo de exigibilidade dos fundos utilizados para o seu financiamento (Passivo e Capitais Próprios). No entanto isto não chega já que, se surgir qualquer imprevisto, a empresa pode encontrar-se repentinamente numa situação problemática. É preciso definir e prever uma margem de segurança. Assim, o fundo de maneio, numa aproximação simples é a diferença entre Capitais Permanentes e Activo Fixo, ou seja, a parte de Capitais Permanentes que está a financiar o Activo Circulante. O fundo de maneio inclui:
  • A reserva de segurança de tesouraria,
  • Valor do crédito concedido aos clientes,
  • Valor das existências.
A este montante, é preciso subtrair:
  • Valor do crédito obtido dos fornecedores.
Refira-se, finalmente, que o importante é o valor das Necessidades de Fundo de Maneio e não o Fundo de Maneio em si. Este tem que estar adequado às necessidades, que podem variar de empresa para empresa e que é preciso estimar.

Nesta fase, e uma vez incluída uma verba para os imprevistos, fica completo o plano de investimento. Os empreendedores deverão agora elaborar o plano de financiamento.

Passo 4 - Calcular os capitais próprios

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Uma vez identificados todos os montantes necessários, é preciso reunir todos os meios financeiros para adquirir todos os bens corpóreos e incorpóreos definidos. Para esse efeito elabora-se um mapa de origem e aplicação de fundos, que não é mais do que um plano de financiamento. A regra base a ter em conta nesta fase, como aliás em qualquer momento da vida da empresa, é a da racionalidade económica, ou seja a regra que consiste em minimizar os meios sem pôr em causa os objectivos pretendidos. Os meios, neste caso, são os capitais. Estes podem ser próprios, se forem da pertença dos sócios ou accionistas. Neste último caso, haverá que os remunerar, pagando dividendos. Outra regra importante a ter em conta é que devem ser os meios próprios que devem cobrir os riscos da empresa e não os fundos alheios.

Os fundos podem porvir das mais variadas fontes (poupança, herança, etc.). O que é importante é que haja sempre um mínimo do capital inicial da empresa que seja próprio. Aliás, só assim se consegue financiamento bancário.

O autofinanciamento representa os meios libertos pela actividade da própria empresa. Em termos contabilísticos, o capital próprio pode dividir-se em:
  • Capital Social,
  • Prestações suplementares,
  • Reservas (obrigatórias, de reavaliação, especiais e livres),
  • Resultados transitados,
  • Resultados do exercício.
Está claro que quanto mais a empresa reter dos seus lucros menos distribui aos accionistas, diferindo assim a rentabilidade do investimento efectuado por esses mesmos accionistas. De facto, os sócios/accionistas só irão receber esse dinheiro, utilizado para fazer crescer a empresa, numa data ulterior.

Passo 5 - Calcular os capitais alheios

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Em termos simples, todos os montantes que não podem ser trazidos pelos sócios ou accionistas, devem ser pedidos externamente. Assim, os capitais alheios são os montantes que a empresa pede emprestados a outras entidades para assegurar o seu funcionamento. Os empréstimos a médio e longo prazo dependem da capacidade da empresa em gerar receitas. É a rentabilidade esperada da empresa que vai permitir gerar fundos suficientes para assegurar o pagamento dos encargos fixos e o reembolso do capital emprestado nos prazos acordados. Assim, é necessário calcular com prudência o plano de reembolso do capital emprestado assim como negociar o melhor possível a taxa de juro que será aplicada. Os capitais alheios podem revestir várias formas:
  • Empréstimos bancários,
  • Empréstimos obrigacionistas,
  • Empréstimos de sócios,
  • Leasing,
  • Créditos de fornecedores,
  • Outros créditos.
O que é importante é distinguir sempre, a qualquer momento, os montantes dos empréstimos a médio e longo prazo (a mais de um ano), porque estes se assemelham a capitais permanentes da empresa, e empréstimos a curto prazo (os que são exigíveis a um prazo inferior a um ano).

Passo 6 - Elaborar as contas previsionais

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Dotados de todos estes elementos, é assim possível elaborar um Balanço, uma Conta de Resultados e um Orçamento de Tesouraria previsionais que indicarão como se vai comportar a empresa nos quatro ou cinco primeiros anos de vida. O balanço inicial, que indica de onde vem o dinheiro e como ele foi aplicado contêm poucos elementos:
  • No Activo: as despesas de estabelecimento e bens corpóreos
  • No Capital Próprio e Passivo: Os capitais próprios e os alheios além dos créditos dos fornecedores.
Para efectuar as contas previsionais com o máximo rigor é necessário estabelecer um número elevado de pressupostos (evolução da taxa de juro, da inflação, dos preços dos inputs, da progressão das vendas, do número de empregados, etc.). São estes dados, à partida, que vão permitir fazer uma previsão realista dos primeiros anos de vida da empresa, ainda que muitos factores não possam ser estimados com certeza. Por isso é útil efectuar este trabalho, em quadros, em suporte informático de modo a que alterações nos pressupostos possam ser imediatamente traduzidas nas contas da empresa.

Bibliografia
  • IAPMEI; Plano de Negócios; Junho 2000
  • Neves, João Carvalho das; Análise Financeira; Vol. I; Texto Editora
Referências

Autor: PME Negócios

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