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Manual |
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Como gerir as diferenças culturais entre colaboradores |
Índice
Introdução
Passo 1 - Transmitir o empenho da gestão de topo
Passo 2 - Criar uma rede
Passo 3 - Adaptar o departamento de recursos humanos
Passo 4 - Avaliar os benefícios para a empresa
Com a era da globalização em que vivemos aumentam os contactos entre pessoas e empresas de diferentes países, de diferentes culturas, de diferentes civilizações. Mesmo no interior da Europa, e até da União Europeia, as diferenças podem ser grandes entre, por exemplo, um português (latino) e um finlandês (nórdico). Cada vez mais, as empresas são confrontadas com outros modos de ver e pensar os negócios e outras formas de trabalhar e de estar no seio de uma organização. As principais razões que levam a que seja cada vez mais importante ter em consideração outros modos de pensar, de agir, de trabalhar e de fazer negócio são várias:
- A exportação de produtos ou serviços: cada vez mais o mercado potencial de todas as empresas, sejam elas grandes ou PME, é o mundo inteiro e não só a cidade, a região ou o país onde estão situadas. A Internet permite colocar um catálogo virtual dos produtos e serviços de cada PME portuguesa ao alcance dos consumidores em todos os pontos do globo.
- A presença cada vez maior de colaboradores de outras nacionalidades no seio da empresa: a livre circulação de pessoas na União Europeia, além do aumento dos contactos culturais com outras regiões do mundo, leva a que cresça o número de trabalhadores estrangeiros nas empresas portuguesas.
- As fusões e aquisições entre empresas de diferentes países: apesar da febre das fusões e aquisições (F&A) ter diminuído temporariamente, a tendência geral, a médio e longo prazo, vai no sentido de haver cada vez mais empresas a serem adquiridas, de forma amigável ou hostil, por congéneres suas estrangeiras.
- A complexidade dos produtos e serviços: Associada a uma cada vez maior necessidade de cooperação, as empresas tendem a encontrar parceiros noutras empresas de nacionalidade diferente, nomeadamente para adquirir know-how. Aqui se incluem:
- Parcerias técnicas, comerciais ou financeiras, de médio e longo prazo;
- Cooperação ou alianças específicas, de curto prazo.
Portugal está a deixar de ser um país de emigração para ser um país de imigração. Está a aumentar o número de empresas portuguesas que acolhem colaboradores de outras nacionalidades e culturas. Este é um fenómeno novo para as organizações e elas devem estar preparadas para lidar com ele porque lhes pode trazer inúmeras vantagens.
A integração de pessoas de nacionalidades e culturas diferentes deve ter origem no próprio projecto da empresa e enquadrar-se perfeitamente nas suas linhas de orientação de política empresarial. Ainda que não seja necessário que a procura de um ambiente multicultural esteja expressamente inscrita na missão da empresa, este documento deve ser suficientemente aberto para permitir e até encorajar, esta procura. Se os horizontes dos mercados da empresa se alargam, incluindo outros países, a empresa só tem a ganhar se incluir, no seu interior, elementos que ajudem a perceber os novos clientes.
A direcção ao mais alto nível tem que aprovar e mesmo apoiar entusiasticamente a inclusão de elementos estrangeiros na sua equipa de colaboradores, a diversos níveis. Só assim se conseguem vencer resistências internas que podem ganhar muito peso e impedir mesmo o bom funcionamento da organização.
O papel de aprendizagem do pessoal existente para saber trabalhar com colaboradores vindos de fora é crucial. Esta pode incluir:
- Acordos com escolas e universidades estrangeiras para receber estagiários;
- Encontros formais ou informais interprofissionais e internacionais;
- Presença em feiras e exposições fora do país;
- Participação em acções transfronteiriças por parte de associações empresariais ou locais onde se integra a empresa;
- etc.
Para vencer resistências, é necessário criar uma estrutura interna que encontre novas formas de demonstrar as vantagens de dispor de pessoas vindas de outras paragens, com maneiras de agir e de trabalhar diferentes mas que se enquadram no projecto da empresa. Trata-se de um conjunto aberto de elementos da empresa que ajuda a integração dos novos colaboradores, aprende com eles e procura tornar claro para todos as vantagens da sua presença. As pessoas que fazem parte desta rede interna devem estar situadas em todos os níveis hierárquicos da empresa e trabalhar em estreita colaboração, ainda que informal, com os responsáveis de recursos humanos da organização.
Os responsáveis pelo pessoal devem estar na linha da frente, sempre apoiadas pela direcção, para a integração cultural de colaboradores estrangeiros. O departamento de recursos humanos deve assim adaptar os seus métodos para gerir e incentivar uma política intercultural, agindo em várias frentes:
- Recrutamento: definir os novos critérios de avaliação para a entrada de novos elementos (tanto nacionais como estrangeiros) na organização, tais como a abertura aos outros, a facilidade de relacionamento, a tolerância, o conhecimento de línguas, etc.
- Formação: definir as novas aptidões-chave e a forma de as atingir, além de acções específicas para os trabalhadores estrangeiros (língua e cultura portuguesas, etc.).
- Comunicação interna: incentivar a troca de experiências (por exemplo através de documentos do tipo newsletter em várias línguas onde devem escrever também os colaboradores estrangeiros, promovendo encontros informais, etc.)
Do ponto de vista material, as vantagens para a empresa que consegue integrar com sucesso colaboradores de outros países e culturas são de vária ordem:
- Um melhor conhecimento dos mercados para onde se pretende exportar - e também novas oportunidades de conquista de novos mercados nos quais nunca se tinha pensado;
- Uma melhor compreensão das empresas estrangeiras com as quais existe ou pode passar a existir cooperação;
- Uma maior facilidade em compreender e integrar as expectativas dos clientes externos nos novos produtos e serviços da empresa, através do departamento de pesquisa e desenvolvimento;
- Uma melhor imagem na sociedade;
Bibliografia
- Câmara, Pedro B.; Rodrigues, Joaquim; Guerra, Paulo; Humanator - Recursos Humanos e Sucesso Empresarial; 1998; Dom Quixote
- Vários; 10 Instrumentos Chave da Gestão; 1998; Dom Quixote
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Autor: PME Negócios
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