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Fases da elaboração de um projecto de investimento |
Índice
Introdução
Passo 1 - Identificação
Passo 2 - Preparação
Passo 3 - Análise
Passo 4 - Decisão
Passo 5 - Execução
Passo 6 - Funcionamento e controlo
Entre economistas e financeiros, a expressão "projecto" é geralmente entendida como um conjunto sistematizado de informações destinado a fundamentar uma decisão de investimento. Assim, o chamado projecto de investimento é o ponto de partida incontornável de qualquer iniciativa empresarial, não se tratando de uma descrição do investimento em si, mas de uma análise com vista a apurar se este é ou não uma aposta válida a priori.
Um projecto de investimento é, acima de tudo, um objecto de análise, existindo na dupla vertente da sua elaboração, que permite, desde logo, tirar algumas conclusões e diagnosticar certas fraquezas, e da análise, que vai determinar se vale ou não a pena avançar com a concretização do projecto.
Em linhas gerais, este processo passa por seis passos distintos:
Antes da elaboração do projecto de investimento em si impõe-se proceder a todo um trabalho de análise de conjuntura, visando a formalização de ideias concretas acerca de quais são os projectos prioritários ao desenvolvimento do país ou região em que se enquadra o projecto. Para tal é necessário conhecer a política global de desenvolvimento central e regional do país, fazer um diagnóstico da evolução recente por sectores de actividade e conhecer quais as necessidades a satisfazer. Com base nestes factos será, então, possível formalizar as ideias e desenvolver as acções, neste caso o(s) projecto(s), que permitirão satisfazer o objectivo de desenvolvimento acima referido.
Uma vez identificada a área de actividade mais vantajosa e o tipo de negócio específico em que se pretende investir, avança-se com a preparação do respectivo projecto. Esta segunda fase diz respeito aos estudos a levar a cabo para que os projectos a realizar satisfaçam os requisitos necessários, permitindo que os mesmos sejam analisados e se torne rentável a sua realização. Os requisitos são de três ordens:
- técnicos
- económicos
- financeiros
Estes estudos incidem, normalmente sobre:
- os aspectos comerciais,
- os aspectos técnicos,
- os aspectos económicos,
- os aspectos financeiros,
- os aspectos jurídicos,
- os aspectos políticos,
- enquadramento institucional.
É com base na análise dos resultados destes estudos que se constroem as diferentes variantes possíveis de um projecto de investimento, assim como o registo previsional das receitas e despesas de cada uma delas.
Esta etapa é a que vai permitir a tomada de decisão final quanto à realização ou não do(s) projecto(s) que se tem em vista. Para tal, existem duas ópticas de análise conhecidas: a análise financeira sob o ponto de vista da rentabilidade empresarial e a análise económica sob o ponto de vista da rentabilidade para a colectividade.
Análise financeira sob o ponto de vista da rentabilidade empresarial - A análise da rentabilidade nesta óptica tem em vista, em função das condições actuais e futuras, verificar se os capitais investidos são remunerados e reembolsados de modo a que as receitas geradas superem as despesas realizadas (investimento e funcionamento) num período mais ou menos longo de tempo.
Análise económica sob o ponto de vista rentabilidade para a colectividade - Este tipo de análise, também chamada análise social ou análise custo-benefício, difere da análise financeira na medida em que os dados não são tratados a preços de mercado mas sim a preços de mercado corrigidos de todas as distorções que alteram o seu valor real, "preços sombra", também chamados "preços de referência". Estas distorções são, por exemplo:
- as restrições às importações,
- as taxas de câmbio oficiais,
- controlo de preços,
- os incentivos às exportações,
- etc.
Assim, a análise económica de um projecto de investimento processa-se através da comparação entre as receitas e as despesas corrigidas.
Uma das tarefas a realizar neste tipo de análise é definir (calcular) estes "preços de referência" que serão utilizados no cálculo da rentabilidade económica dos projectos. Contudo, e para além das receitas e despesas a preços de referência relacionadas directamente com o projecto, é necessário ter em conta os custos e benefícios indirectos do projecto, isto é, quais as repercussões que a realização do projecto tem nos outros sectores da economia nacional, medidos a preços de referência.
Estas repercussões, ou efeitos indirectos do projecto, nos outros sectores da economia são bastante difíceis de calcular, utilizando-se para o efeito a matriz das relações inter-industriais, ou, na ausência desta, inquéritos aos agentes económicos que mais directamente estão relacionados com a realização do projecto.
Com este tipo de análise pretende-se verificar não só a viabilidade técnica e financeira do projecto mas também qual o seu contributo para a economia nacional. Sabendo-se que para a realização de um projecto de investimento teremos que afectar recursos raros, tais como, capital e trabalho especializado, convém verificar em que medida a afectação desses recursos raros contribui para o desenvolvimento da economia nacional. Os critérios de análise não diferem em si dos da análise financeira.
Esta quarta fase é a da tomada de decisão, isto é, o momento de optar por aceitar ou rejeitar o projecto de acordo com o nível de satisfação das perspectivas da entidade promotora alcançado. Na eventualidade de o projecto ser rejeitado, o mesmo poderá ser reconsiderado, promovendo-se novos estudos para a sua concretização. Se for aceite passa-se à fase seguinte, a de execução.
Chegados a este ponto, é altura de se proceder à revisão dos estudos técnicos e financeiros efectuados, do calendário de realização de projectos, etc. Com isto pretende-se, por um lado, aprofundar detalhadamente as operações a realizar, e, por outro lado, e tendo em linha de conta o período de tempo decorrido entre a primeira e a quarta etapa, actualizar os preços dos bens utilizados na eventualidade do referido período ter sido bastante longo e tal se justifique.
Neste ponto serão então desencadeadas as acções necessárias para pôr em funcionamento o projecto, por exemplo:
- construção civil,
- montagem de equipamentos,
- recrutamento e formação de pessoal,
- lançamento do sistema de gestão,
- contratos de funcionamento,
- etc.
Percorridos todos os passos anteriores, a última fase consiste na verificação do bom cumprimento do calendário de realização dos investimentos, na análise dos desvios de funcionamento e na implementação das respectivas acções correctivas.
Bibliografia
- Barros, Hélio; Análise de Projectos de Investimento; Edições Sílabo; Lisboa; 1991
- Abecassis, Fernando e Cabral, Nuno José; Análise Económica e Financeira de Projectos; Fundação Calouste Gulbenkian; Lisboa, 1988
- Cebola, António; Elaboração e Análise de Projectos de Investimento - Casos Práticos; Edições Sílabo; Lisboa, 2000
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Autor: PME Negócios
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