Pesquisa
Categorias
home / recursos humanos / manual
Manual

Como as equipas de melhoria ajudam a sua empresa

Índice

Introdução
Passo 1 - Criar uma infra-estrutura de coordenação
Passo 2 - Escolher os membros da equipa de melhoria
Passo 3 - Adoptar um método de trabalho adequado
Passo 4 - Estabelecer prioridades
Passo 5 - Respeitar os princípios da equipa
Passo 6 - Designar um facilitador
Passo 7 - Efectuar o registo das reuniões

Introdução

Voltar ao topo

Ciclicamente, para se tornarem ou manterem competitivas, as empresas passam por processos de mudança organizacional. A adaptação aos mercados ou processos de fusões ou de downsizing levam a reestruturações, por vezes profundas, que implicam a conjugação de sinergias no seio da organização. A mudança implica sair do conhecido para o desconhecido. Implica a adaptação a novas realidades. Quais os obstáculos inerentes a uma mudança e como ultrapassá-los? Como reagirão os indivíduos face a um processo de reestruturação e como pode ele afectar o curso normal das empresas? A criação de equipas de melhoria responde a estas e a outras questões que se colocam num processo de gestão de mudança. Permitem alcançar os resultados desejados, evitando erros decorrentes que muitas vezes conduzem a relações laborais problemáticas e à saída de quadros competentes sem quaisquer benefícios para a empresa. Mas para que funcionem de forma eficaz, para que produzam ideias e apontem sugestões, necessitam de ser bem organizadas e bem coordenadas.

 

Passo 1 - Criar uma infra-estrutura de coordenação

Voltar ao topo

No processo de gestão da mudança organizacional, a criação de uma infra-estrutura de equipas constitui o pilar fundamental de todo o esforço da reforma que se pretende levar a cabo.

modelo de gestão para o processo de mudança compreende nove estádios:
  • Estabelecer a necessidade para mudar
  • Desenvolver e disseminar a visão de mudança
  • Diagnosticar e analisar a situação actual
  • Elaborar as recomendações
  • Detalhar as recomendações
  • Realizar os testes-piloto
  • Preparar as recomendações finais
  • Implementar as mudanças
  • Medir, reforçar e ajustar as mudanças
A composição das equipas pode ser mais ou menos alargada, dependendo dos objectivos da reestruturação. Uma regra a observar na constituição destes grupos de trabalho é a

participação de indivíduos que serão eles próprios também alvo da mudança. A sua organização é de primordial importância para a eficácia dos resultados. Assim, as equipas devem ser estruturadas da seguinte forma:
  • Comité de direcção: A este grupo compete orientar e tomar as decisões para a implementação da reforma. Neste sentido, deverá ter na sua composição gestores com poder de decisão. É a equipa de topo, liderada por um indivíduo, e o seu número dependerá da dimensão do projecto mas não deverá ultrapassar as seis pessoas. Reúne-se periodicamente com intervalos que podem ir de uma vez por semana a duas vezes por mês.
  • Equipa de integração: Trata-se de uma estrutura intermédia na infra-estrutura do processo de mudança. É composta pelos líderes de cada uma das equipas de melhoria e compete-lhe identificar e resolver questões relacionadas com essas equipas, assim como aquelas que não terão sido identificadas por nenhum dos grupos de trabalho. O seu líder faz parte do comité de direcção, assegurando assim uma ligação organizada. Deverá reunir uma vez por semana de forma a permitir a troca de informações entre os líderes das respectivas equipas de melhoria.
  • Equipas de melhoria: Para serem eficazes a sua composição não deverá exceder em muito as seis pessoas. Os respectivos líderes compõem a equipa de integração e o seu trabalho gira em torno das questões relacionadas com as melhorias ao nível departamental ou organizacional. São, sobretudo, equipas de terreno vocacionadas para a acção, ou seja compete-lhes, entre outras atribuições, realizar os testes-piloto para levar à prática as mudanças a implementar, assim como analisar e fazer recomendações ao comité de direcção.
 

Passo 2 - Escolher os membros da equipa de melhoria

Voltar ao topo

Tradicionalmente, as equipas de melhoria são compostas por gestores, colaboradores operacionais, membros ad hoc das áreas que serão afectadas pela mudança e um facilitador. Ao líder cabe-lhe a atribuição das tarefas, assim como assegurar que estas são levadas a cabo e acompanhadas.

Aos indivíduos que representam os departamentos, as divisões ou até mesmo a direcção compete-lhes levar para a equipa uma perspectiva estratégica dos processos. Por sua vez, os colaboradores de base realizam o trabalho que vai ser modificado, enquanto os membros ad hoc têm como missão identificar as áreas de sobreposição entre o trabalho da equipa e o das outras áreas.

Por fim, o facilitador tem como objectivo assegurar a realização de reuniões produtivas e levar a equipa a cumprir os prazos.

O trabalho das equipas pode estender-se por vários meses, dependendo da amplitude da reforma, mas estas extinguem-se assim que os resultados das melhorias introduzidas estiverem à vista.

 

Passo 3 - Adoptar um método de trabalho adequado

Voltar ao topo

Para produzir resultados eficazes, a primeira tarefa da equipa de melhoria é perceber, sem margem para dúvidas, quais os objectivos da sua missão. O comité de direcção e a equipa de integração devem esclarecer qualquer dúvida quanto aos objectivos propostos e as orientações da reforma. Só depois de devidamente esclarecida estará em condições de levar à prática o seu trabalho.

A partir desse momento, pode começar a explicar ao resto da empresa qual o objectivo do seu trabalho utilizando um processo aberto de comunicação.

A equipa vai começar por proceder à análise do modelo do processo de mudança, identificando as áreas problemáticas, ou seja as áreas de custo elevado, ciclos temporais longos ou défices de qualidade.

Assim que o quadro se encontre totalmente delineado, a equipa pode iniciar o processo de recomendações. Mas nunca antes desta fase. A tendência, natural, para apresentar de início soluções de melhoria deve ser evitada até todos os membros da equipa terem uma análise completa da situação. Nesta altura, inicia-se um processo criativo, uma fase de discussão de ideias.

Algumas regras para a fase de discussão/criatividade:
  • Todas as ideias são tidas em conta e anotadas num quadro branco
  • Custos, tempo de implementação, materiais e equipamentos não são considerados nesta fase
  • Apenas são permitidos comentários positivos
  • A crítica de ideias não é aceite
 

Passo 4 - Estabelecer prioridades

Voltar ao topo

As ideias produzidas devem ser alinhadas por ordem de prioridade, tendo em conta a sua exequibilidade. A análise deverá ser conduzida tendo em conta as seguintes questões:
  • Qual o investimento necessário para levar a cabo uma sugestão de melhoria?
  • Qual a rentabilidade prevista?
  • Em quanto tempo será obtida a rentabilidade?
  • Como será medida?
Concluída esta fase, a equipa parte agora para a concepção da proposta de melhoria, que será submetida ao comité de direcção. Esta proposta deve ser extremamente detalhada e incluir a seguinte informação: objectivo da equipa; a sua composição; descrição do processo; melhorias propostas; benefícios das melhorias propostas; custos das melhorias, desafios e formas de os abordar, teste-piloto; fornecimentos e equipamento; sistemas de apoio; formação; nova disposição física; distribuição do trabalho; limites de tempo; comunicação; medição do sucesso; reforços; responsabilidades de gestão do processo.

 

Passo 5 - Respeitar os princípios da equipa

Voltar ao topo

O trabalho das equipas de melhoria deve girar em torno de um conjunto de princípios, previamente estabelecidos e que funcionarão como fio condutor de toda a acção e contribuirão para a eficácia do grupo.

Algumas regras a observar:
  • Todos ao mesmo nível: independentemente das hierarquias, todos os membros deverão ser tratados como iguais.
  • Confiança: um forte sentimento de confiança promove a participação de todos.
  • Partilha: de conhecimentos, preocupações e expectativas.
  • Respeito: todas as ideias devem merecer respeito.
  • Agenda: a sua existência é fundamental para calendarizar todas as acções.
  • Cumprir prazos: as acções devem ser realizadas dentro dos prazos estipulados.
Estas são apenas algumas regras. O facilitador pode propor outras.

 

Passo 6 - Designar um facilitador

Voltar ao topo

O trabalho da equipa de melhoria e consequentemente os seus resultados dependem em muito do facilitador. Como anteriormente referido, o seu trabalho consiste em tornar dinâmicas e produtivas as reuniões, evitando que se afastem do seu objectivo ou dos assuntos agendados.

Por isso, o facilitador deve:
  • Estabelecer as regras de base
  • Evitar a supremacia de algum membro sobre o grupo e envolver toda a equipa na discussão
  • Promover uma maior participação dos membros
  • Distribuir o trabalho de forma equitativa
  • Assegurar a acta da reunião e distribui-las antes de cada novo encontro de trabalho
 

Passo 7 - Efectuar o registo das reuniões

Voltar ao topo

Entre as tarefas da equipa de melhoria, o registo das reuniões assume especial relevância. Ele permite "gravar" tudo o que se passa quando a equipa se junta, desde as decisões tomadas até à preparação do próximo encontro. Não se deve confiar apenas na memória. As notas permitem pôr as pessoas que eventualmente faltaram a uma reunião ao corrente de tudo o que se passou. Por isso, deverão as notas deverão ser claras e sintéticas, não ultrapassando as três páginas A4, sob risco de não cumprirem o seu verdadeiro papel.

As notas de registo de reuniões devem conter:
  • Data da reunião
  • Nomes do membros presentes
  • Objectivos do encontro
  • Temas de discussão
  • Medidas a tomar até à próxima reunião
  • Descrição das acções
  • Quem fica encarregue do quê
  • Data de conclusão da acção
  • Data, local e horário da próxima reunião
Glossário Equipa de melhoria: grupo composto por gestores e empregados que em conjunto avaliam e promovem a gestão da mudança

Facilitador: indivíduo que apoia as equipas de melhoria na condução das reuniões

  Bibliografia
  • Making P., Cooper, C., Cox, C.; Managing people at work. London: The British Psychological Society and Routledge, Ltd; 1989
  • Galpin, Timothy J.; O Lado Humano da Mudança - Um Guia Prático para a Mudança Organizacional; Edições Sílabo; 2000
  • Marques, C. A. & Pina e Cunha, M.; Comportamento organizacional e gestão; Lisboa; Publicações D. Quixote; 1996
  • Raynal, Serge; A gestão por projecto; Instituto Piaget; 2000
  • Mintzberg, H.; Structure et dinamique des organizations; Paris; Les Editions d´Organization; 1986
  • Neves, A. L.; Motivação para o trabalho; Lisboa; Editora RH; 1998
  • Robbins, S. P.; Organizational behavior; Englewood Cliffs; Prentice Hall; 1991
  • Vala, J., Monteiro, M. B. & Lima, M; Psicologia social das organizações; Oeiras; Celta; 1994
  Referências

Autor: PME Negócios

imprimir enviar a um conhecido
Avaliação
O que achou deste artigo? mau medíocre médio bom muito bom
  1
2 3 4 5
 
validar
Quem somos? | Anuncie no pmelink.pt | Termos de utilização | Privacidade e segurança | Contactos