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Manual

Como montar a logística de entregas adequada à sua empresa

Índice

Introdução
Passo 1: Analisar as características dos clientes
Passo 2: Analisar as características do produto
Passo 3: Analisar as características da empresa
Passo 4: Definir a localização de armazéns
Passo 5: Seleccionar os meios de transporte
Passo 6: Exploração Directa ou Subcontratação


Introdução

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Montar uma logística de entregas significa definir a gestão do fluxo que assegura a transferência dos produtos acabados para os clientes finais. Este movimento, embora possa ser assegurado directamente pelo produtor, é cada vez mais assegurado por distribuidores. Assim, antes da definição dos aspectos mais operacionais relacionados com uma logística de entregas, a empresa terá que tomar algumas decisões de base:
  • Ter um único armazém central de produtos acabados ou centros de distribuição?
  • As vendas são feitas a clientes finais ou a intermediários que asseguram a distribuição?
  • As localizações deverão ser próprias ou geridas por terceiros?
Tem-se verificado uma tendência generalizada para a passagem de responsabilidade pelo armazenamento intermédio dos produtores para os distribuidores. Esta opção contribui para o aumento da qualidade do serviço, reduzindo os tempos de ciclo das encomendas e proporcionando uma resposta mais rápida. Para tomar as decisões relativas à definição de uma logística de entregas, uma empresa deverá cumprir um conjunto de passos:


Passo 1: Analisar as características dos clientes

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A primeira tarefa a realizar será obter o conhecimento necessário do comprador do material ou produto em causa. Assume-se um cenário em que o fabricante, ou um seu subcontratado, entrega o produto no local de destino, responsabilizando-se por este. As características dos clientes que podem influenciar a configuração da logística de entregas são as seguintes:
  • Localização geográfica;
  • Acesso aos pontos de entrega;
  • Restrições de tempo (dia da semana, hora do dia, etc);
  • Tamanho da encomenda (e volume de vendas anual);
  • Conhecimento do produto (para reduzir as ineficiência nas operações de carga e descarga);
  • Equipamento mecânico para manuseamento do produto;
  • Nível de serviço requerido e tempo de resposta;
  • Condições de venda (incoterms);
  • Requisitos quanto a assistência e serviço pós-venda.


Passo 2: Analisar as características do produto

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Também as características do produto são relevantes nas decisões relativas à armazenagem e distribuição, nomeadamente quanto aos seguintes pontos-chave:
  • Peso;
  • Forma e volume;
  • Fragilidade;
  • Possibilidade de deterioração;
  • Perigo (Exemplo: toxicidade);
  • Valor.


Passo 3: Analisar as características da empresa

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Quanto ao fabricante ou distribuidor, deverão ser considerados os seguintes factores:
  • Política de nível de serviço;
  • Política de tempos de entrega;
  • Vendas territoriais;
  • Localização de armazéns e centros de distribuição;
  • Localização de instalações fabris;
  • Políticas financeiras;
  • Performance da concorrência.


Passo 4: Definir a localização de armazéns

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A decisão de localização de um armazém deve passar essencialmente por uma análise de sensibilidade custo versus serviço. Adicionalmente, as seguintes referências são igualmente relevantes:
  • Localizar o armazém central (principal) de um fabricante próximo da maior instalação produtiva, por forma a facilitar a comunicação e cooperação entre ambos;
  • Localizar o armazém ou centro de distribuição não apenas junto dos clientes e pontos de venda actuais, mas também dos potenciais;
  • Localizar o armazém ou centro de distribuição centralmente em relação a um mercado actual se a estratégia é a de assegurar a posição relativa da empresa nesse mercado e, pelo contrário, localizar centralmente em relação ao mercado potencial se a estratégia visar conquistar novos mercados.


Passo 5: Seleccionar os meios de transporte

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Para além dos aspectos relacionados com os clientes, os produtos e a própria empresa, importa considerar as alternativas disponíveis quanto aos meios de transporte a utilizar. O quadro seguinte apresenta uma análise comparativa dos pontos fortes e fracos dos meios de transporte tradicionais.
 Meio de transporte  Vantagens  Desvantagens
 Rodoviário
  • Flexibilidade do serviço
  • Grande cobertura geográfica
  • Manusear pequenos lotes
  • Competitivo para distâncias curtas e médias
  • Adaptabilidade elevada
  • Baixo investimento para o operador
  • Serviço ponto a ponto
  • Manuseamento mais fácil
  • Menores custos de embalagem 
  • Unidades de carga limitadas
  • Muito dependente das condições climatéricas
  • Dependente do trânsito
  • Dependente das infra-estruturas
  • Dependente da regulamentação (quanto à circulação, horários, etc)
  • Mais caro em grandes distâncias (mais de 500 Km)
 Ferroviário
  • Baixo custo para grandes distâncias
  • Adequado para produtos de baixo valor e alta densidade
  • Adequado para grandes quantidades
  • Baixa dependência de condições climatéricas e tráfego
  • Pouco competitivo para cargas pequenas
  • Pouco competitivo para pequenas distâncias (sobretudo abaixo dos 500 Km)
  • Pouco flexível (trabalha terminal a terminal, nem sempre com as paragens desejáveis)
  • Custos de manuseamento elevados
  • Horários e serviço pouco flexíveis
  • Elevada dependência de outros meios de transporte (geralmente rodoviário)
 Aéreo
  • Velocidade de transporte
  • Boa fiabilidade e frequência entre as principais cidades
  • Bom para produtos de elevado valor a longas distâncias
  • Bom para situações de emergência a larga distância
  • Custos elevados
  • Menos rápido que o rodoviário para pequenas distâncias (menos de 500 Km)
  • Pouco flexível (trabalha terminal a terminal e não ponto a ponto)
 Marítimo (ou fluvial)
  • Competitivo para produtos com muito baixo custo por tonelada (químicos industriais, ferro, cimento, petróleo, minerais)
  • Baixa velocidade
  • Limitado a mercados com orla marítima ou rios navegáveis
  • Muito pouco flexível

As opções disponíveis deverão ser comparadas em termos de performance relativa considerando os seguintes critérios:
  • Velocidade total (considerar ainda se a distância a percorrer é inferior ou superior a 500 Km);
  • Custo por tonelada e por quilómetro;
  • Possíveis estragos e perdas;
  • Versatilidade da carga;
  • Capacidade;
  • Fiabilidade do serviço;
  • Continuidade do serviço.
Resta acrescentar que, em termos de velocidade real, os vários meios de transporte estão confinados a determinados intervalos. O transporte rodoviário está compreendido num intervalo de [0 a 90] Km/h, o ferroviário num intervalo de [0 a 80] Km/h, o aéreo num intervalo de [0 a 900] Km/h, e o marítimo (e mesmo o fluvial) num intervalo de [0 a 32] Km/h.

O transporte rodoviário é o único que, conseguindo uma velocidade razoável, revela máxima flexibilidade e entrega ponto a ponto, bastando estas duas características para atenuarem as desvantagens evidenciadas no quadro anterior.


Passo 6: Exploração Directa ou Subcontratação

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A subcontratação ou exploração directa das actividades de armazenagem e transporte é outra das decisões a tomar. Cada opção apresenta um conjunto de vantagens:
Vantagens da subcontratação Vantagens da exploração directa
  • Concentração dos investimentos no negócio principal e não em actividades de suporte
  • Maior flexibilidade operacional
  • Partilha de riscos entre subcontratante e prestador de serviços
  • Maior eficiência de custos do prestador do serviço
  • Melhor adaptação a picos sazonais
  • Menor complexidade na gestão de entregas e programação de rotas
  • Melhoria dos níveis de serviço
  • Aproveitamento de especialistas externos em logística
  • Melhor controlo e monitorização de custos
  • Maior poder sobre toda a cadeia logística
  • Fortalecimento da relação com o cliente

Um dos factores que mais contribui para a subcontratação a operadores externos é a nítida perda de controlo da cadeia. Uma das formas de obviar esta questão é a constituição de contratos de exclusividade.

Em todo o caso, quando se pretende fazer investimentos em frotas, armazéns ou entrepostos próprios, estes devem ser cautelosamente avaliados. Também neste cenário podem ser equacionadas aproximações mistas - exploração por conta própria e subcontratada simultaneamente. É, porém, recomendável que existam partes subcontratadas para alguns mercados quando:
  • A dispersão é grande;
  • Os produtos são de tratamento mais complexo (exemplo: congelados), exigindo um maior controlo sobre o sistema logístico e investimentos avultados;
  • A diversidade de produtos é grande.
A subcontratação externa está assim dependente de uma série de factores, particularmente a capacidade interna da organização, a dispersão geográfica e o número e tamanho das instalações, número dos produtos fabricados ou sortido dos seus pontos de venda. Uma aproximação mista entre subcontratação do transporte (e armazenamento) por conta própria permite, normalmente, um acréscimo de flexibilidade operacional.

Glossário
  • Incoterms - Abreviatura da expressão International Commerce Term. Representam as condições standard que reportam à entrega, ao transporte e ao risco associado ao abastecimento de bens. Os casos mais frequentes são designados por EXW, FOB, CIF e DDP.
  • EXW (Ex Works) - O cliente é responsável pelo abastecimento total. O fornecedor apenas se compromete a deixar a mercadoria pronta para ser recolhida na fábrica ou armazém.
  • FOB (Free On Board) - O cliente é responsável por grande parte do abastecimento. O fornecedor apenas entrega a mercadoria a bordo do navio. A partir desse momento, a mercadoria já é da responsabilidade do cliente.
  • CIF (Cost, Insurance and Freight) - O fornecedor paga os custos do carregamento, transporte e seguro.
  • DDP (Delivery Duty Paid) - O fornecedor obriga-se a colocar a mercadoria à porta do cliente, suportando todos os custos incorridos até esse momento.
Bibliografia
  • Krajewski, Lee J. e Ritzman, Larry P.; Operations Management; Addison-Wesley
  • Crespo de Carvalho, J.M.; Logística; Sílabo Gestão
  • Tixier D., Mathe, H. e Colin, J.; A Logística na Empresa ; Rés-Editora, Lda.

Autor: Portal Executivo

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