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É mais importante chegar primeiro ou aprender com a concorrência? |
Índice
Introdução
Os obstáculos
Cautelas a ter antes de avançar
As vantagens de aprender com a concorrência
O perfil do empreendedor
Conclusão
Para um empreendedor a decisão de lançar uma ideia de negócio ou de alterar o actual negócio são verdadeiros dramas. É nestas
alturas que se instala o pânico e a incerteza.
Quem tem uma ideia inovadora não quer ser o segundo a chegar mas também se arrisca ao entrar em terreno lamacento onde ainda
ninguém mais entrou. A verdade é que a inovação por si só não garante sucesso.
Já no caso das empresas que pensam mudar de rumo. É que a velha máxima de que "se está tudo a correr bem não mude nada" já está
desactualizada e quem assim pensa arrisca-se a acordar um dia e estar completamente desactualizado. É o ritmo a que o mundo dos
negócios evolui nos dias que correm.
Segundo um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a inovação é uma saída para muitas
pequenas e médias empresas (PME). Só inovando conseguem por vezes superar as suas dificuldades e dar início a um processo de
crescimento económico. A OCDE refere que 30% a 60% das PME são inovadores, mas depois constata que muitas delas não conseguem
ultrapassar as barreiras que encontram pelo caminho.
Os obstáculos com que os empreendedores se batem para levar a sua ideia de negócio à prática podem ser de ordem externa ou
interna. Os obstáculos vindos do exterior são normalmente os primeiros a minar o caminho das empresas. Há ainda uma resistência à
introdução da inovação e à mudança dentro da própria empresa.
- Obstáculos externos
- as políticas governamentais que prejudicam as PME, responsáveis por 95% do tecido empresarial dos países da OCDE;
- a burocracia;
- os impostos sobre os lucros e outros dividendos;
- a dificuldade em obter financiamentos, porque muitas instituições financeiras não estão dispostas a arriscar.
- Obstáculos internos
- a não ponderação do que está de facto em jogo;
- a indisponibilidade de recursos, nomeadamente de logística, que lhes permita avançar;
- a falta de conhecimento do mercado (apenas com a ideia e o capital de risco);
- a criação de necessidades que na realidade não existem.
Apesar dos erros cometidos, avançar primeiro pode determinar o sucesso de um projecto. Por isso, antes de avançar, os
empreendedores devem tomar algumas precauções:
- concentrar-se no seu negócio;
- analisar o mercado com calma para perceber de que forma pode melhorar o negócio;
- compreender se as inovações que quer introduzir se adequam ao modelo de gestão já existente;
- avançar só quando concluir que melhora o modelo de gestão;
- ter em mente que o objectivo é criar eficiência e melhorar a relação com o cliente, os fornecedores e o meio.
Ainda assim, há quem prefira esperar pelo impacto de uma ideia no mercado. Desta forma os empreendedores têm a vantagem de:
- analisar os passos dados pela concorrência;
- avaliar o seu impacto no mercado;
- aprender com os erros cometidos;
- ganhar tempo para amadurecer o projecto;
- aumentar as probabilidades de sucesso do projecto.
De qualquer forma, antes do lançamento de um projecto é também importante saber se os empreendedores têm o perfil adequado para
fazer vingar a ideia. Antes de avançar para um projecto o empreendedor deve confrontar-se com as seguintes questões:
- Qual é a sua dedicação ao projecto? Essa dedicação é suficiente para arriscar? Está consciente dos riscos que pode
correr? Estava disposto a dispensar os colegas que pudessem ir numa direcção diferente da sua? Nenhuma ideia tem sucesso se não
existir dedicação ao trabalho.
- Que marco quer deixar? Em prol de quê quer deixar esse marco? Aqui, o mais importante é a sinceridade da resposta, mais do
que o seu conteúdo.
- A sua personalidade é suficientemente forte para aguentar? Um empreendedor precisa de ter maturidade emocional e ser forte.
Nenhum projecto aguenta variações de humor. Deve haver um equilíbrio entre optimismo e realismo. Ser forte significa que se tem
as características suficientes para lidar com as pessoas e as suas emoções e perceber que os negócios estão a ter também
consequências emocionais nos outros e não só em si.
- É uma "máquina de aprender"? Para ter sucesso tem de se deixar envolver pelo ambiente e pelos conselhos da sua equipa. Um
líder não tem só uma visão segura, mas deixa que essa visão se enriqueça com outros pontos de vista.
- É corajoso o suficiente para alterar o rumo do projecto se for esse o caminho certo? Para mudar a sua atitude se verificar
que a forma como planeava levar por diante o projecto não resultou? É preciso ter coragem para admitir que o caminho falhou.
- Está com receio de falhar? Quando os líderes se concentram na possibilidade de falhar, esquecem-se do essencial: o
"como".
Avançar ou não para um novo negócio ou para uma mudança no actual depende:
- do contexto em que a empresa se insere;
- da situação que vive o sector visado;
- da capacidade do empreendedor tomar decisões.
Não é uma decisão que possa ser tomada de ânimo leve e o empreendedor deve, por isso, procurar reunir ideias e opiniões
daqueles que o rodeiam e que estarão também, eventualmente, envolvidos no projecto. É necessário que as condições a esses três
níveis sejam favoráveis.
E como a incerteza vai pautar todo o processo, o empreendedor deve ter uma grande capacidade de argumentação e de decisão.
Convença-se à partida que "não se pode agradar a gregos e a troianos" e prepare-se para uma grande dose de criticismo e
cepticismo.
Esta não é uma decisão nada fácil. Deve equilibrar o arrojo e a cautela. Acha que consegue?
Bibliografia
- Drucker, Peter; Management Challenges for the 21st; 2000; Editora BH
- Laranja, Manuel Duarte; Inovação Tecnológica: Experiência das Empresas Portuguesas; 1997; Texto Editora
- Fonseca, José Manuel; Paradoxo da Inovação Empresarial; 1998; Editora Metáfora
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Autor: Webtexto
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